As roupas da cigana.
Por
Nazarethe Fonseca
Todos os direitos reservados à autora®
Um dia me vi nua e chorei de solidão.
Todas as minhas fraquezas estavam no espelho.
Vestia roupas, mas elas estavam lá me dizendo
Que estava nua.
Meu coração batia rápido e eu sabia que todos podiam me ver.
Nua de verdade e sonhos e de poder,
De sorrisos felizes e de prazer.
Havia só o espelho e a solidão.
As roupas nunca serviram e sempre esconderam,
O que deviam mostrar.
Tudo estava na minha cabeça.
E quando eu tentei te beijar
Você me disse: você esta nua.
Tentei me vestir e achei roupas velhas.
Roupas de uma cigana.
Estavam velhas e rotas.
Elas cobriram minha nudez
E ninguém podia ver minha dor, minha solidão, o seu adeus.
Todos me viam melhor.
Eu podia adivinhar e dançar.
Girava e cantava e a tristeza me deixou.
As roupas da cigana ficaram perfeitas,
Tornaram-se mais vermelhas, mais azuis.
Eu não estava mais nua.
No entanto, não conseguia mais me ver no espelho.
Agora eu era a cigana.
2 comentários:
muito bom :), " no entanto, não conseguia mais me ver no espelho "
Cigana, pode ser no sentido vampira também?
Gostei do Blog
esta de parabesns
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