Dicas

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

A GUITARRA


Por
Nazarethe Fonseca
Todos os direitos reservados a Autora®

Escuto os primeiros acordes da guitarra e nossos olhares se encontram.
Vejo seus dedos acariciando as cordas.
O perdi, ele está com ela de olhos fechados.
O cabelo despenca pela face e seu corpo está relaxado.
O som me atormenta, me chama e me convida.
Metal e melodia se fundem.
A força da composição move sua cabeça.
Os raios, a força do trovão está em suas mãos, na guitarra negra.

Quero ir além, abrir seus olhos e fazê-lo real.
Sua camiseta está rasgada como o jeans,
Eu gosto assim.
Ele abriu os olhos, mas parece em transe.
Sua retina está escura e nela sinto a força do metal.
Eu danço para ele,
Danço ao som de sua guitarra, a minha única rival.

O que preciso fazer para você me ver?
Minhas botinhas estão desamarradas.
Ele parou de tocar!
E num gesto natural deixa a guitarra recostada à caixa de som.
A mão desliza pelo cabelo liso afastando-o do rosto de anjo.
Parece que tudo está em câmara lenta.
E sem que compreenda, ele está aos meus pés,
Os dedos estão nos cadarços, puxando, dando o laço.
Espero apoiada em seus ombros, minhas unhas negras sobre sua camiseta.
Quando ele termina suas mãos sobre por minhas pernas, na cintura,
E a boca está na minha.
Meu batom negro o excita.
Ele quer tocar e suas mãos estão em meu corpo.
Virei sua guitarra.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Feliz Aniversário.



Amanhã, ou ainda hoje, enquanto durmo as horas, os minutos correram como de costume. A única diferença é que marcaram um dia que se repete todos os anos por essa mesma data.
A data não é feriado nacional, nem descobrimento do Brasil, esta só muito perto do carnaval. É só o dia que nasci. Mamãe lembra-se de estar com dor e ser um dia exaustivo, de ouvir os blocos na rua próxima a maternidade.
Segundo ela eu escorreguei e a enfermeira me recolheu. Eu sou realmente muito apressadinha. Foi parto normal, nasci, vi a luz pela primeira vez,chorei, tomei meu primeiro banho, e fui para os braços da minha mãe. Segundo era uma criança cabeluda, vermelha como uma índia. Ela gostou e fez logo uma rápida inspeção, coisa de mãe. Queria saber se era perfeita.

O tempo foi passando e hoje tenho um amontoado de dias, recordações, experiências e emoções que me fazem ser quem eu sou.

A face no espelho mudou, vem mudando. Não estou chocada, nem triste, envelhecer faz parte de algo maior.

Somos companhia de nós mesmos, e eu convivo comigo mesma há bastante tempo pacificamente. E sei que os medos, as expectativas vazem parte de tudo que vivenciamos.

Vencer, perder, amar, desiludir, estar, partir. Estou naquela idade mental que queria estar com quinze. Seria maravilhoso, hoje tudo faz sentido.
Os amigos, aqueles que amamos e os que odiamos, respeitamos, os que se foram, os que nos fazem falta, os que poderiam muito bem estar longe e bem perto.

O tempo, os relógios, os calendários fazem sentido quando o tempo está por vir, quando ele chegou tudo já passou.

Não pensei muito a respeito, não sei o que pedir de presente. O que quero não pode ser me dado dentro de uma caixa com laço vermelho.
Tudo que desejei e desejo eu tenho conquistado, claro, tudo há seu tempo.
O laço vermelho eu descido quando puxar. Hoje, amanhã estarei mais velha como dizem, mas aqui dentro, a minha alma sabe-se imortal e contar quando se tem o universo a seu favor é tolice. Mas não posso fugir a máxima humana e me desejar feliz aniversário.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Pelas tabelas



Por
Nazarethe Fonseca
Todos os direitos reservados à autora®

Às vezes o que eu não vejo você advinha,
O que eu amo, você odeia,
O que me faz sorrir te faz virar o rosto.

Diferente, mas tão parecidos.
Tem coisas que jamais farei e você já fez todas.
Seus gestos são simples, os meus desajeitados.
Quando me beija fecho os olhos, você também fecha,
E tenta me despir.
Tenho medo de barata, você as mata com prazer.
Gosto de baunilha e você de chocolate.
Tenho medo de te perder,
Você sabe viver sem mim.
O seu beijo me confunde,
O meu te faz gemer.
Quando segura minha mão é para me conduzir além,
Ao aperta a sua sinto que sorri.

Às vezes o que não desejo você quer.
Fecho os olhos e finjo aceitar e você acredita desconfiando.
Abraço-te e saio do chão,
Puxo os lençóis e você os empurra.
Frio e calor,
Nesses momentos você me abraça e meu frio passa seu calor e
Seu calor passa meu frio.
Você quer maçã eu prefiro pêra.
Danço sozinha diante da TV e você apenas sorrir.
Gosto de suas camisas,
Você de minha nudez.

Tenho certeza, às vezes o que eu preciso você tem de sobra.
Quase nunca quero ficar longe,
E quando viaja eu penso:
- É rápido.
E quando demora você me lembra:
- Volto logo.
Sou feita na medida certa, você sobra para meu prazer.
Tudo está certo e completamente errado.
Mas os nossos desejos são iguais.
E nós dois andamos pelas tabelas.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Halo

Hoje faço minha voz e minhas palavras as dela.

O video,que é lindo está disponivel somente no youtube.

Link para quem quiser assistir,vale a pena.

http://www.youtube.com/watch?v=70AgyIEnBRE&feature=related

Halo
Beyoncé
Composição: Beyoncé Knowles / Ryan Tedder / Evan "Kidd" Bogart

Lembra dessas paredes que eu ergui?

Bem, querido, elas estão desmoronando.

E elas nem sequer vão tentar se erguer,

Elas nem ao menos vão fazer um som.

Eu encontrei uma maneira de te deixar.

Mas eu nunca tive realmente uma dúvida

Permanecendo na luz da sua auréola.

Eu tenho meu anjo agora.

É como se eu estivesse sendo despertada,

Toda regra que eu tenho quebrada

É o risco que estou correndo.

Eu nunca vou te calar.

Para todos os lugares que olho agora

Sou surpreendida por seu abraço.

Querido, eu posso ver sua auréola.

Você sabe que é minha graça salvadora,

Você é tudo o que preciso e mais,

Isso está escrito por toda sua face.

Querido, eu posso sentir sua auréola,

Rezarei para que ela não desapareça.

Eu posso sentir sua auréola,

Eu posso ver sua auréola,

Eu posso sentir sua auréola,

Eu posso ver sua auréola.

Acerta-me como um raio de sol,

Queimando através da minha escuridão noturna.

Você é o único que eu desejo.

Eu estou sendo tomada por sua luz,

Eu jurei que não hei de cair novamente,

Mas eu nem ao menos me sinto como se estivesse caindo.

Gravidade, não se esqueça

De me colocar no chão de novo.

É como se eu estivesse sendo despertada,

Toda regra que eu tenho quebrado

É o risco que estou correndo.

Eu nunca vou te calar.

Para todos os lugares que olho agora

Sou surpreendida por seu abraço.

Querido, eu posso ver sua auréola.

Você sabe que é minha graça salvadora,

Você é tudo o que preciso e mais,

Isso está escrito por toda sua face.

Querido, eu posso sentir sua auréola,

Rezarei para que ela não desapareça.

Eu posso sentir sua auréola,

Eu posso ver sua auréola,

Eu posso sentir sua auréola,

Eu posso ver sua auréola...

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Te amarei



Por
Nazarethe Fonseca
Todos os direitos reservados à autora®


E eu te tive tão perto, tão meu...
Um pouco mais e tocava tua face.
Debaixo de meu nariz.
O teu sorriso e o meu se completaram.
Vi o que jamais esperei ver.
É tão pouco e ao mesmo tempo, tanto.
Eu te amarei por me fazer sorrir e chorar.

Bastava estender minhas mãos, tocar seu rosto.
Sentir sua pele, fechar meus olhos e deixar que me tomasse.
Nua e sob seus dedos como se fosse feita de sonho.
Homem e mulher,
Metades que unidas inventavam o novo mundo.
A tempestade que vive em meu peito encontrou a calmaria e se fez manhã.

Guardarei como relíquia o teu sorriso, o teu carinho.
Foi mágico e doloroso,intenso...
Mesmo que bravio, mesmo que cheio de regras e metas.
Meu pequeno demônio, meu pecado.
Eu te amo.
Mas e você?
O que amas?
Dou-te sorrisos e prazer, minhas mãos e minhas fúrias.
Eu só preciso de seus braços me rodeando.
Um sussurro doce dos que sabe tão bem me dar.
O que mais pode querer e buscar?
Minhas pernas, meu corpo de mulher tens tudo.
E eu te tive tão perto, tão meu...
Hoje sozinha te busco e sofro de solidão,
Tu nãos está na minha cama, em minha vida,
Só vive no meu coração.
Dentro de minhas esperas intermináveis por ti.
Te amarei sempre, mesmo que me deixe, que me rejeite,
Sempre viverá em meu coração,
Pois os teus sorrisos, os teus lábios, o teu corpo formam meus.
Eu sempre te amarei.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Desejos reprimidos

(foto do fotografo ABrito-http://br.olhares.com/na_teia_da_aranha_foto66331.html)


Tudo que anseio é abrir a comporta de meus desejos. Deixar a correnteza da paixão me levar ao êxtase. Fazer desse rio, um oceano de prazer.
Navegar em seus braços e naufragar na praia de seu ventre.
Desejos são setas velozes, serpentes venenosas, pensamentos, ondas elétricas. Dormir sobre seu corpo grande é deliciosamente proibido.
Os meus anseios estão todos presos detrás de uma teia de aranha. Os teci vagarosamente, noite após noite olhando a lua. Sentindo o mar me salgar a pele,enquanto a chuva esfriava minha febre e fome.
Os temperei com paixão e fogo divino, com lagrimas e suor. Minha receita foi simples, mas tem gosto de beijo e de língua. De coisas malucas que só se sente quando se fecha os olhos e abre a boca.
É como abrir um portal para um mundo mágico, um livro de magia. É tirar a carta da morte e a dos enamorados. Sim! É como comer açúcar depois de provar algo amargo. Lamber limão e encher a boca de água, ou seria saliva?
No meu coração vai encontrar portas misteriosas e labirintos de sentimentos. Uma odalisca, uma bruxa, uma menina segurando uma boneca, uma jovem que sabe cantar. A fêmea nua que te faz gozar.
Eu não sou Eva, mas sou de sua descendência e como mulher te ofereço a escolha, a maçã. Um pouco do pecado original de meus desejos de Lilith.
Os desejos reprimidos são como um pedaço do inferno e uma sala no paraíso com vista para o mar.
O que posso te dizer? O que posso te mostrar? O que poderia te oferecer que meus desejos mais secretos. Meus sonhos mais confusos e indecifráveis.
Neles existem beijos, símbolos, magia e o poder que abrigo no meu ventre e que te dou quando te amo e te engulo.
Eles são como água no deserto, como maná, são como seu corpo e o meu. Eu posso ser o que você quiser, mas isso tem de me agradar também.
Quando você me desejar, lembre-se de meus desejos reprimidos. Eles estão diante de seus olhos, ao alcance de suas mãos.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Se Chego a Te Beijar...

(Dedicado aos meus amigos)


Hoje me senti velho. Velho de tudo, de trajes, palavras e de cores. Um sentimento antigo me dominou, podia sentir o tempo sobre meu rosto, nos beijos que dei e roubei. Minhas canções são tão antigas. Meus livros, o mundo que criei a minha volta estava parecendo um monolito.
As coisas que me irritavam deixaram de me inquietar e viraram rotina. Tudo girava em um mesmo sentido. Até meu cigarro favorito deixaram de fabricar. Os meus melhores compositores ainda estavam em LP, mas eu já tenho em CD.
Era um dia comum, quando você surgiu. Você era a novidade, o incomum, mas tão naturalmente simples. O convite deu e tirou para me mostrar que tudo era impossível entre nós.
- Mas que conversa é essa de nós?
Recusei o convite. Meu mundo não pode sair de sua rotação costumeira, nem o bonde dos meus desejos mais cínicos e imorais podia sair dos trilhos. Você era tudo que sempre quis. O único problema é que chegou atrasado, anos. Então o que é você, tentação?
- Você é lindo, sabia?
- Sim eu sei.
- Vou te surpreender. Prometo.
- Não é a hora, nem o lugar certo. É impossível, olhe a sua volta. Você chegou na hora errada.
Um jovem de olhar doce, tão doce quanto o meu foi um dia, quando tinha menos amargor e experiência. Nesse tempo eu sabia o que desejar sem reservas. Com o tempo a gente esquece o desejo e fica com os gestos. E enquanto ele tentava me convencer eu beijava sua boca com os olhos. Tocava seu cabelo, sentia a maciez de sua face, sorria de sua juventude.
Seu convite ficou ardendo dentro de mim como fogo líquido. Foi sincero e atrevido. Ele me quer. Desejou-me como um doce na vitrine. Estudou minha vida, meus gestos, hábitos e foi sincero. Lisonjeado, sim. Sou mais velho, mais experiente e meus vícios vão intoxicá-lo, adoecer de paixão. Mil vidas, quantas vezes mais eu poderia ter alguém assim? Era um enviado da tentação, eu tinha certeza!
Veio testar minha resistência, minha idade, tudo que criei e vivi, ele queria me enlouquecer e fazer-me perder a razão em seu corpo.
O garoto vai se apaixonar e pôr tudo a perder com seu arroubo de juventude. Vai entrar na minha vida e trazer luz e fogo, um deus de prazer e pecado. Eu quero pecar, mas o inferno me assusta.
Recusei-te e fingi que nada senti, que tudo continuava girando. As estrelas haviam sumido, só restou o universo.
Bastava um chamado meu para que você caísse aos meus pés e me fizesse feliz. Mas por quanto tempo?
Conheço o corpo dele mesmo sem nunca tê-lo tocado, é igual ao meu. Sua boca, os olhos de um ser mítico. Tenho certeza, ele é doce.
O meu repúdio o enfureceu, o fez agredir-me, tolo, será que não percebeu que não posso mais ser ferido?
O acalmei, o fiz entender que era impossível. O mundo precisa continuar girando, os Deuses no céu e os mortais na terra. Não me senti poderoso quando o fiz sofrer com minha recusa. Só percebi que o tempo estava passando e eu havia virado o desejo de alguém.
E se chego a te beijar não ficaria mais jovem, nem mais velho, eu só me apaixonaria.